O escritor Haroldo Conti foi uma das muitas figuras proeminentes da cultura argentina que foram vítimas da ditadura militar que governou nosso país entre 1976 e 1983.
Sem ter tido nenhuma atividade política ou sindical notável, este escritor foi sequestrado pelas forças militares e "desapareceu". Desde o momento de seu sequestro, cometido por um grupo de soldados na segunda semana de maio de 1976, nunca mais se soube nada dele. Até hoje.
Haroldo Conti, formado em filosofia, foi seminarista e professor rural. Um escritor multipremiado que, como acontece em tantos países, para viver e sustentar sua família, também foi funcionário de banco, vendedor e professor de latim em escolas de ensino médio. E que, no seu tempo livre, escrevia com paixão.
Nascido em 25 de maio de 1925, Conti foi um inovador da literatura argentina e promoveu o uso da política como um instrumento de crítica cultural. Em 1975, ganhou o Prêmio Casa de las Américas, recebido pelo romance "Mascaró, el cazador americano" (Mascaró, o caçador americano). Este foi o último prêmio que Haroldo Conti recebeu. No ano seguinte, ele foi sequestrado e nunca mais se ouviu falar dele.
O legado de Haroldo Conti inclui romances como "Sudeste" e contos impecáveis, como "Con otra gente" e "La balada del álamo Carolina".
Na sequência, escutamos a voz do escritor falando sobre a liberdade e o compromisso do artista:
Texto & Tradução: Julieta Galván