Dia 2 de abril é feriado nacional na Argentina e o motivo não é alegre.
Contudo, para entender melhor os acontecimentos que são lembrados nesse dia pelos argentinos, é preciso recuar no tempo, embora nem tanto.
Em 2 de abril de 1982, os chefes da ditadura militar que governava a Argentina desde 1976 ordenaram a ocupação das Ilhas Malvinas, dando início à guerra que enfrentou nosso país com a Grã-Bretanha.
As Ilhas Malvinas estão localizadas no oceano Atlântico, 800 km ao leste do litoral continental argentino e dentro das águas territoriais do nosso país. Nessas ilhas residia, pacificamente, uma pequena comunidade de argentinos, dedicados –mormente- à criação de gado e à pesca, sob autoridades argentinas. Até que, em 1833, a Grã-Bretanha ocupou as ilhas pela força, civil e militarmente, e expulsou todos esses habitantes.
Entre 1833 e 2022 passaram-se 190 anos, tempo no qual a Grã-Bretanha insiste em não atender as reclamações mundiais, lideradas pela Organização das Nações Unidas, para que inicie um processo de diálogo que leve para a devolução dessas terras aos seus legítimos e soberanos proprietários: os argentinos. E nessa pertinaz negativa, a Grã-Bretanha pretende, felizmente sem êxito, invalidar os nossos históricos direitos e as nossas históricas reclamações.
Essas históricas reclamações foram, justamente, as utilizadas pelos militares que governavam a Argentina em 1982 e que, à procura de dar um golpe de efeito que conseguisse prolongar a ditadura, em 2 de abril desembarcaram nas Ilhas, tentando recuperá-las.
A resposta da Grã-Bretanha não demorou a chegar. E a guerra não demorou em começar. O enfrentamento militar durou 74 dias. Seu saldo mais grave e doloroso são os 649 jovens argentinos sacrificados; os 255 britânicos mortos; os mais de mil feridos e mutilados; e os centos de ex combatentes que, após a derrota, suicidaram.
Por eles, a Argentina comemora a cada 2 de abril o Dia dos Veteranos e os Mortos na Guerra das Malvinas.
Texto: Julieta Galván