A cem anos do nascimento do escritor português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, e em um ano cheio de homenagens à sua obra e figura em todo o mundo, a 46ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires ecoou as comemorações com uma maratona de leitura performática e íntima que recuperou algumas das vozes femininas de sua obra, com a participação de intérpretes tão ecléticas - desde sua formação, seu estilo e idades - como Muriel Santa Ana, Mirta Busnelli ou Leonor Manso.
Acompanhadas pelo primeiro de oito movimentos das suítes de violoncelo solo de Bach, tocados pela violoncelista Jacqueline Oroc, posicionada num lateral do palco, as intérpretes foram se sucedendo na leitura de trechos especialmente escolhidos pela jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río, a viúva do escritor.
"O trabalho de Saramago neste centenário é como se tivesse desabrochado, de repente, ele se abre... Nós o tivemos lá e agora o estamos redescobrindo, dando uma linguagem magnífica e um aroma de atualidade", disse Pilar del Río, esposa e tradutora para o espanhol da obra do Prêmio Nobel de Literatura, que chegou à Argentina para participar das homenagens ao escritor português na Feira do Livro, uma das muitas paradas no andaime de homenagens previstas para este ano, o 100º aniversário de seu nascimento.