A Argentina está em três dias de luto nacional pela morte de Hebe de Bonafini, líder das Mães da Plaza de Mayo, a organização de direitos humanos mais importante do país.
A ativista morreu no domingo aos 93 anos de idade em um hospital da cidade de La Plata, onde foi hospitalizada devido a problemas de saúde.
Suas cinzas serão colocadas na Plaza de Mayo, junto com as de outro líder e fundador de Madres, Azucena de Villaflor, que foi seqüestrada e assassinada pelos militares que governavam o país, em 1977.
Neste contexto, as expressões de condolências e respeito pela líder, que teve dois filhos desaparecidos pela ditadura, continuam.
Nas redes sociais, o Presidente Alberto Fernández e a Vice Cristina Kirchner, assim como os líderes políticos, sociais, acadêmicos e sindicais, entre outros, disseram-lhe adeus.
O Papa Francisco também enviou uma carta a Mães, expressando seu desejo de "que todo o bem feito" por Bonafini e pela organização que ela liderou durante quatro décadas não se perca.
Segundo o Pontífice, Hebe "soube transformar sua vida, como a sua, marcada pela dor de seus filhos e filhas desaparecidos, em uma defesa incansável dos direitos dos mais marginalizados".
As repercussões pelo falecimento da lutadora argentina foram também internacionais: o presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, lembrou a luta de Hebe de Bonafini pelos direitos humanos. "Recebi com tristeza a notícia da morte de Hebe de Bonafini, líder das Mães da Plaza de Mayo, Argentina. Hebe dedicou sua vida à luta pela memória e justiça. Defensora dos direitos humanos, ela ajudou a criar um dos movimentos democráticos mais importantes da América Latina", escreveu ele em sua conta no Twitter. Também se pronunciaram o presidente chileno Gabriel Boric, e os ex presidentes da Bolívia e do Equador, Evo Morales e Rafael Correa, respectivamente.