O governo argentino acordou na segunda-feira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma redução de quase US$ 2 bilhões na meta de acumulação de reservas internacionais para 2023, devido ao efeito da seca sobre as exportações, mantendo a meta de déficit fiscal de 1,9% do PIB para este ano.
A decisão faz parte do acordo de nível técnico alcançado pelas autoridades argentinas e funcionários do FMI sobre a quarta revisão do acordo de 30 meses do Fundo Ampliado (EFF) da Argentina, que deverá ser aprovado pelo conselho executivo do FMI nas próximas semanas. Uma vez concluída a revisão, a Argentina terá acesso a cerca de US$5,3 bilhões.
Ontem, o ministro da Economia, Sergio Massa, em discurso pronunciado em um ato de lançamento de créditos para pequenas e médias empresas, apontou contra a decisão do governo anterior de voltar a se endividar com o FMI e considerou que "a Argentina vem sendo atravessada de desgraça em desgraça nos últimos quatro anos" e mencionou o "controle" cambial implementado pela administração de Mauricio Macri, a pandemia de Covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia, a seca que afeta o setor agrícola, a gripe aviária e o recente colapso do Silicon Valley Bank.
"Fomos colocados em uma camisa de força por causa de um endividamento para financiar a fuga de capitais", disse o ministro, a quem escutamos a seguir num fragmento do seu discurso.