Ontem, terça-feira (09/05), numa polêmica decisão, a Suprema Corte da Argentina suspendeu as eleições nas províncias de San Juan e Tucumán (noroeste), cinco dias antes do pleito, pois a oposição contestou as candidaturas de seus respectivos governadores, Sergio Uñac e Juan Manzur.
"As condições para a concessão do pedido [de suspensão das eleições] foram cumpridas", disse a mais alta corte do país em duas decisões que têm as assinaturas de três dos quatro juízes do tribunal, Horacio Rosatti, Juan Carlos Maqueda e Carlos Rosenkrantz, que apoiaram as petições de amparo apresentadas pelos partidos de oposição em ambas as províncias. Os membros da Suprema Corte argentina são abertamente oposicionistas ao governo de Alberto Fernández e mantém polêmicos vínculos com o principal partido da oposição.
Juan Manzur, que cumpriu dois mandatos consecutivos como governador, foi contestado pelo Partido da Justiça Social por concorrer ao cargo de vice-governador em Tucumán nas eleições de domingo, 14 de maio, com o argumento de que ele não estaria respeitando a alternância.
No caso de Sergio Uñac, o grupo Evolución Liberal apontou que, se eleito, ele cumpriria quatro mandatos sucessivos.
O presidente argentino, Alberto Fernández, divulgou uma declaração dura na qual considerou como uma "clara interferência no processo democrático e na autonomia das províncias" a decisão adotada pelo Tribunal que, com a assinatura de três de seus quatro membros, suspendeu na terça-feira as eleições programadas para o próximo domingo nas províncias de Tucumán e San Juan, aceitando duas medidas cautelares apresentadas pelas forças da oposição.