No deslumbrante cenário das Cataratas do Iguaçu, o presidente Alberto Fernández presidirá a cúpula dos chefes de Estado do Mercosul na próxima terça-feira, uma reunião que marcará o retorno do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao fórum, onde ambos tentarão insistir na agenda de redução das assimetrias internas e trabalharão em acordos de livre comércio, entre outros, com a União Europeia (UE).

Após a virtualidade imposta pela pandemia e as divergências políticas entre os líderes membros do bloco, a reunião a ser realizada na segunda-feira, 3, e na terça-feira, 4 de julho, no Parque Nacional do Iguaçu, será o primeiro encontro presencial de todos os membros do bloco desde dezembro de 2019.

O acordo de livre comércio com a UE continuará atraindo atenção e poderá ter mais um capítulo na terra missionária vermelha: o bloco poderá aproveitar a ocasião para responder às antigas reticências de países como França e Irlanda e às novas exigências ambientais impostas por Bruxelas.

Na última vez que falou sobre o assunto, Fernández disse que todos os atores envolvidos têm a "vontade de chegar a um acordo", mas reconheceu que "os obstáculos existem".

"Estamos pedindo apenas um acordo equilibrado, no qual todos ganhemos", disse o presidente argentino na ocasião.

Lula, por sua vez, foi consultado sobre o assunto e criticou o fato de a carta ambiental da UE "ameaçar um parceiro estratégico" como o Mercosul.

Mais tarde, ele pediu que a UE "deixasse de lado sua arrogância" e "usasse o bom senso para negociar".