Em 24 de junho de 1935, todos os argentinos choraram: Carlos Gardel, o cantor mais admirado e aclamado da história do tango, havia morrido.

Carlos Gardel nasceu na França em 1890 e, aos 3 anos de idade, morava com sua mãe em Buenos Aires. Ele ainda era uma criança quando saiu para ganhar algumas moedas cantando. Nos cafés, sua voz, ainda infantil, começava a ser reconhecida, cantando trechos de ópera e canções crioulas.

A partir de 1911, junto com José Razzano, outro cantor de canções crioulas, Gardel formou uma dupla cujas apresentações atraíram um grande público. Em 1917, Gardel foi escolhido para estrear o tango que causou uma revolução: "Mi noche triste". A partir desse momento, ele começou a se dedicar cada vez mais ao tango e a dupla com Razzano se desfez.

Em 1925, Carlos Gardel já era famoso como cantor e compositor de tango. Sua voz de tenor, sua emotividade e entonação ao cantar, juntamente com sua elegância e seu sorriso, fizeram dele um ídolo.

Em 1928, ele se apresentou com sucesso em Paris e foi na França que conheceu Alfredo Le Pera, com quem compôs muitos tangos que hoje são considerados clássicos. A fama do maior cantor de Buenos Aires alcançou rapidamente toda a América Latina.

À sua enorme fama como cantor, Gardel acrescentou, a partir de 1930, a de seus filmes. Na França e nos Estados Unidos, rodou vários filmes como ator e cantor, que também fizeram sucesso em toda a América Latina, sucesso que acompanhou suas apresentações em diferentes países. Foi em uma dessas turnês que ele encontrou sua morte.

Em 24 de junho de 1935, o avião em que viajava com os músicos que o acompanhavam caiu e pegou fogo no aeroporto de Medellín, na Colômbia. Os argentinos não podiam acreditar na morte de seu ídolo.

A chegada de seus restos mortais a Buenos Aires e seu funeral foram acompanhados por uma multidão raramente vista antes. E há 88, suas gravações são tocadas em todas as estações de rádio argentinas, seus filmes continuam a ser exibidos e os argentinos continuam a dizer que "Gardel canta cada dia melhor”.

Aproveitamos a ocasião para escutá-lo, mais uma vez, no tango “El día que me quieras”.