Miguel Etchecolatz, que comandou cerca de 20 campos de tortura onde milhares de pessoas foram mortas após sequestradas durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983), morreu de insuficiência cardíaca numa clínica onde estava internado há alguns dias, de acordo com a comunicação social.
"Por causa da posição que ocupei, tive de matar e se tivesse de fazer de novo, faria de novo", disse Miguel Etchecolatz durante um dos seus muitos julgamentos.
Miguel Etchecolatz foi condenado em maio por um tribunal de La Plata (a 60 quilómetros a sul de Buenos Aires) por sequestro, tortura de sete pessoas e assassinato de quatro delas, ocorridos em 1976 no centro de detenção clandestino de La Plata.
Esta foi a nona pena de prisão perpétua imposta a Etchecolatz, que estava detido em Ezeiza, no sul de Buenos Aires, e que acompanhou o veredicto à distância, hospitalizado por um surto de febre.
Etchecolatz já tinha sido condenado a prisão perpétua no final de 2020, após um julgamento de dois anos ao lado de outros 10 arguidos por 84 casos de sequestro, tortura e assassinato.
Segundo organizações de direitos humanos, cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a ditadura militar argentina.
Desde o reinício dos julgamentos de elementos da ditadura em meados dos anos 2000 - após mais de uma década de medidas e leis de amnistia altamente controversas - cerca de 1060 pessoas foram condenadas por crimes contra a Humanidade.